A violência e o Chega. Líder skinhead pede prudência a Ventura
Há alguns dias, numa publicação online, o líder neofascista Mário Machado aconselhou André Ventura a ter "alguma calma" e não cumprir a promessa de ir, em outubro próximo, com …
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Lei afasta conflitos de interesse na arbitragem tributária
FILOMENA LANÇA
IMPOSTOS
Regras sobre quem pode ou não exercer o papel de árbitro na área fiscal passam a estar consagradas no Regime Jurídico da Arbitragem em Matéria Fiscal, limitando situa…
Helena Pereira
Hora H
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Telmo Correia admite contactos exploratórios para pedir a fiscalização sucessiva ao TC, caso Marcelo deixe passar o diploma
A proposta de legalização da eutanásia foi aprovada na semana passada, mas o CDS não dá a guerra por perdida. O partido de Fran…
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P7a10
Ferro Rodrigues acusa deputados de "pop…
Pedro Santos Guerreiro
António Costa diz-nos que o esforço do Estado no combate à pandemia é de 22 mil milhões de euros, o que daria 11% do PIB. O BCE diz que nem 3% foi. Quem mente? Ninguém: com a verdade nos enganam. Chamem-lhe gestão de expectativas, injeção de confiança ou propaganda, mas o país está preso por molas-moratórias, secando na corda da roupa debaixo de uma chuvada de granizo comunicada como sendo céu nublado.
O problema não está nos apoios do Estado, mas na falta deles. As contas já reveladas sobre 2020 mostram que défice, dívida, recessão, desemprego, rendimento médio dos trabalhadores, tudo caiu menos do que o esperado, o que parece desafiar as leis de Arquimedes. Só que por detrás desses números está o que devia estar à frente: o governo gastou e investiu menos do que anunciara inclusive em outubro. Poupou. E assim sublimou o que praticou durante os anos precedentes nas cativações: anúncios seus são promessas, não compromissos.
João Leão anunciara que o défice não era prioridade, Siza Vieira dissera que era para gastar e depois logo se via, António Costa clamara este não era momento para austeridade, “nem hoje, nem amanhã, nem depois de amanhã”. Mas o Ministério das Finanças nunca tirou as mãos do volante e foi fazendo como os pilotos de rally, pisando os pedais do travão e do acelerador ao mesmo tempo. Entretanto, Portugal foi o terceiro país dos 19 da zona euro com menor esforço orçamental no combate à pandemia. Quando o primeiro-ministro anuncia que o esforço do Estado com a pandemia é de 22 mil milhões, está a ver a quadruplicar o valor oficial de 2020. Mas não está a mentir: está a incluir os empréstimos bancários garantidos pelo Estado, dinheiro que pesa mais de metade daquele total anunciado mas de que o Estado só deverá gastar 5% a 10%, segundo o BCE. Há quem engorde o porco para vendê-lo, o Governo engorda para mostrá-lo.
É evidente que o Estado português não pode praticar um “whatever it takes”, usando a famosa expressão de Mario Draghi, que agora se propõe salvar o euro pela segunda vez salvando o barril de pólvora que é Itália. Mas há três reversos nesta “realidade paralela” que o governo anuncia sem praticar: a descredibilização das suas decisões; a falta crónica de investimento público, que trava a recuperação económica e fragiliza os serviços e a produtividade do Estado; e a compensação com medidas que parecem não custar dinheiro. As moratórias.
O país vive num artificialismo que se justifica transitoriamente, mas não é sustentável em prazos tão longos. Adia-se o pagamento de impostos sem perdoá-los. Adia-se o pagamento de créditos, mais de 40 mil milhões, incluindo mais de um quarto de todo o crédito à habitação. Até setembro. Já se fala em prolongar essa data.
O país não está de tanga, está nu e está em mora. Bom, mas dizem-nos que a “bazuca” será rápida e certeira como um sniper. E porque haveríamos nós de duvidar do Governo, se é tão rigoroso no que comunica e se o Estado é tão bom a planear e a executar?
Adiámos dívidas, créditos, impostos, mas também investimentos, gestão hospitalar e até política. Vai correr bem
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